quinta-feira, 17 de abril de 2014

K

allegro?

Hoje,
as palavras sabem a cardos,
deslizam pela garganta
(pausa poética)
e é no silêncio que se aninham;
os trovões não se imiscuem pelas árvores,
o restolho ergue-se,
e os cardos voltam a triunfar; 
as palavras
(pausa poética)
são como sementes de trigo,
- pão antecipado -
e o silêncio embrutece os longos dias,
salpicados de janelas entreabertas,
de contraluz e de pó cobrindo os sentidos.
É uma santa quietude,
um elo que os cardos
unem:
sofrimento,
tristeza,
mudez.
(pausa poética)

("Evita os homens que não sabem rir,
os que querem assombrar-te 
com as suas palavras cinzentas.
Há divertimento nos números, nos ângulos
é belo o teorema que leva o meu nome..."
Fala de Pitágoras a Andrócles seu discípulo, 
após a descoberta)
Fonte da imagem: foto do autor
obtida com telemóvel 

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1 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

Olá Jaime, li o teu poema (com as devidas pausas) e as palavras souberam-me a tudo o que referes, como um grito de revolta libertado da voz...
Beijo e boa Páscoa.

sexta-feira, 18 abril, 2014  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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