segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

K

queda XXIV


Era sinuosa,
(lagarta imparável,
vento de Deus,
embaraço das nuvens),
aquela hera,
arrastada,
taciturna,
sempre que o entardecer
a imergia.
Ansiava pelo ar 
lodoso,
frio-aço 
que a envolvia,
ondulante,
queimava-a 
um desejo,
um rastilho
ainda apagado
pelo seu verde transparente
(quase).


Frio diadema,

quando regressas?
Quando te verei 
nos braços 
de um jazigo,
pedra tumular,
sarcófago
ou objecto vago ou
incorpóreo,
morada dilecta,
minha almofada.


(foto do autor

obtida com telemóvel:
Quinta da Cardiga)

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2 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

Uma hera a abraçar a casa e os sonhos que nela moram. Como dedos procurando o corpo...
Beijos.

quinta-feira, 13 fevereiro, 2014  
Blogger Nilson Barcelli disse...

Um magnífico poema.
Gostei imenso das tuas palavras-era...
Um abraço, caro amigo.
Boa semana.

segunda-feira, 24 fevereiro, 2014  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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