sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

K

A Sul, o Além-Tejo

Hoje,
o Sol desceu,
numa irritante lentidão,
por uma tarde silenciosa,
baça;
entre as árvores,
ao longe,
viam-se os restos do repasto de uns lobos,
uma fome antiga já morta...
entre os caules de trigo
as cigarras quase zumbiam,
deixando-me os ouvidos ansiosos;
era um exemplo cáustico, 
este entardecer: 
nada havia que me despertasse, nem a sesta 
debaixo de um sobreiro;
a terra estava saudosa de água,
os arbustos eram cata-ventos
de um sopro cálido, quase bestial;
Era nesta quietude
que os braços das oliveiras,
prenhas de "candeio"
se assomavam às portas do tempo,
eterna passagem de um Sul já esquecido...























(fonte da imagem: n/a)

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3 Comentários:

Blogger Graça Pires disse...

Um sul esquecido com a terra sempre à espera da água. Um belíssimo poema, amigo.
Só hoje consegui postar um comentário por dificuldades do blogger.
Um abraço.

quinta-feira, 30 janeiro, 2014  
Blogger Lídia Borges disse...


Uma luz cadente que vai pousar na nudez da terra, seca e abandonada.

Belíssima imagem!


Lídia

segunda-feira, 03 fevereiro, 2014  
Blogger Daniel C.da Silva disse...

Toda a prosa é bonita, mas termina de forma muito bonita!

A imagem é igualmente bela...

um abraço

quinta-feira, 06 fevereiro, 2014  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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