sábado, 28 de abril de 2012

K

Estímulo visual


Terminou a batalha. Abatido, o general ordenou a retirada.
          Os soltados foram carregando os camaradas, foram carregando o que podiam.
          O céu fechava-se num negrume mais escuro do que as almas escuras daqueles soldados.
          A retirada era lenta, pastosa até. Por penhascos pretos, atrás e defronte despontavam arbustos com arestas vivas como baionetas.
O velho general, perdida a altivez, procurava manter a postura à frente dos seus homens que se arrastavam em silêncio. Lá mais para trás, alguns oficiais tentavam fechar um cortejo fúnebre, funesto.
          Jean-Loup, um dos soldados mais jovens, lembrou-se de algumas palavras que ouvira há muitos anos atrás numa taberna à beira da estrada: “por ínvios caminhos, caminhais sozinhos, apenas com uma direcção, com um só sentido…”. E chorou, chorou por todos aqueles anos que Napoleão lhe roubara ao forçá-lo a pegar em armas, contra si próprio, contra a sua amada França!

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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