segunda-feira, 3 de agosto de 2009

K

dançar(-te)

... e dançámos
na noite de uma vida inteira,
não sei se te lembras:
mirava teu sorriso,
naquele cotovelo de rua,
enquanto sobrava sol
nos teus olhos;
dançávamos o baile antigo,
e as tílias derramavam-se
em sorrisos
à tua passagem.
Dava-te o braço
e ríamos,
ríamos muito,
apesar do tempo,
apesar dos outros,
apesar de nós...
subia o pano
das nossas lembranças:
o teu sorriso,
a nossa dança,
o gozo da vida,
como se a nossa alegria
fosse sempre nossa,
nunca se sumisse
por entre conversas escarninhas...

Fiquei aqui,
à beira da rua,
do cotovelo,
ainda abro os braços,
esperando uma dança
que já partiu,
há tanto tempo,
que só te recordo
o sorriso, os braços lânguidos,
a tua leveza surripiante...
Não!
Não voltes!
Não voltes mais!

(inspirado num poema de Baptista Bastos in moriana)
(imagem retirada da net, Renoir: "Dança na aldeia")

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1 Comentários:

Blogger Nilson Barcelli disse...

Uma bela dança.
Gostei de ler o teu poema.

Obrigado pela tua visita. Volta mais vezes.
Abraço.

segunda-feira, 03 agosto, 2009  

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"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

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