segunda-feira, 27 de março de 2006

K

Um sonho infantil

Tive um sonho: um grupos de crentes, um só espírito.
Queimar e destruir: o quê? O sistema fiduciário.
Organizaram-se em grupos e, em todas as sedes de todos os Bancos (especialmente o de Portugal), dedicaram-se à pirómana tarefa de queimar todas as notas (havia um pacto entre eles: NINGUÉM guardaria uma nota só que fosse).
Na noite seguinte, engrossava-se o grupo e eram as agências bancárias de todo o país a sofrer o mesmo "tratamento". Nessa mesma noite um grupo de ousados e bem equipados crentes assaltava a Casa da Moeda e fundia todas as moedas existentes.
Ao fim de poucos dias, era o caos. Apenas os comerciantes teriam dinheiro.
Para quê este despautério? Então as "luvas" por debaixo da mesa para fazer um favorzinho? Deixa-me construir aqui um empreendimentozito no Parque Natural, ou aqueles sobreiros estão ali a mais, ou a dívida do meu clube ao Estado não pode ser paga... Vamos organizar uma negociata e todos ficamos contentes... Querem mais exemplos?
Esta é a corrupção "à portuguesa": eu pago-te, tu ajudas-me e todos ficamos contentes...
É capaz de ser difícil passar um boi debaixo da mesa, talvez uma manada de vacas mudar subitamente de dono e de herdade dê um bocadinho nas vistas...
Egoísmo? O nosso comércio internacional? Bem, alguns portugueses ficariam bem expostos "lá fora" ao que se passava "cá dentro"... A vergonha para essa gente é capaz de não existir, mas...
Esse grupo poderia autodenominar-se "Restauradores de Consciências".
Talvez nada voltasse a ser como dantes.
É só pena ter sido apenas um sonho...

quinta-feira, 23 de março de 2006

K

Dia da Árvore/Dia da Poesia

21/3
As árvores dão-nos tanto, mas tanto, que deixo aqui um "TPC" para quem ler este textozinho: meditar em todas as coisas boas que as árvores nos dão.
Curiosamente (?), a Primavera é também o dia Poesia. Claro que os poemas, para serem divulgados, precisam também das árvores... (e já dos circuitos electrónicos, das memórias e toda aquela tralha apensa...).
Para que serve a poesia? Ou as outras formas de arte? Nesta época de consumismo bacoco, para nada.
Mas toda a actividade humana tem de ter um objectivo concreto? Comprar, vender, fazer pontes e estradas...?
A poesia desperta emoções e, se um poeta, conseguir despertar uma emoção estética num só leitor, já terá valido o seu esforço, a sua luta, a sua angústia. Há poemas que nos marcam, para mim o "Monstrengo" da "Mensagem" de Pessoa é um deles. E para vós, quantos outros?
Na escola onde trabalho, a bibliotecária (uma furiosa amante de livros e, ainda com o "handicap" de ter problemas relativamente graves de visão) copiou alguns poemas curtos (ou extractos) de grandes poetas, reduziu-os em pequenas folhas de papel e, com um cesto de verga, lá foi distribuindo pelos colegas. Afinal, há muitos mais amantes de poesia naquela casa do que eu suponha... Tiravam aos 2 ou 3, liam alto... foi uma diversão!
Aqui vos deixo um improviso (que como é o fim do texto, podem dar-se ao trabalho de o não ler):

Ler,
ler muito
e sentir cá no fundo,
que há músculos que tremem,
ao ler,
ao meditar.
Ler de quem nem se conhece,
ler de quem se esquece,
guardar,
num pequeno cofre precioso,
a razão das tremuras...
E quem escreve?
A procura obsessiva da palavra,
o gesto, ora vitorioso, ora angustiado;
as palavras começarem a jorrar,
a alegria, mesmo ansiosa,
de ver uma página a encher
com aquilo que é mesmo nosso,
é aquilo que queremos mesmo,
furiosamente.
O orgasmo do fim,
sem reler, sem corrigir,
o prazer não se corrige
(desfruta-se...).

sexta-feira, 17 de março de 2006

K

A exposição de quem governa

Li, há tempos, que as mudanças nas cadeiras do poder poucas melhorias irão provocar no estado das coisas, enquanto a massa anónima não evoluir de "per si".
O articulista quase que quer insinuar que "temos os políticos que merecemos". Infelizmente, o portuguesinho recebeu do leite materno os esquemazinhos, os dinheiritos por debaixo da mesa, o fechar os olhos quando convém, a espalhar o lixo por onde "porque agora tudo é biodegradável" (como se ele soubesse o que é a biodegradabilidade...), o escarro no chão; tantas coisas que ao europeu médio provocarão suores frios.
Não é com esta incivilidade que o país avança, não é com economias paralelas que valem milhões e nada contribuem para o Estado, não é com a nossa "chico-espertice" que sequer dobraremos a esquina para ir vender alfinetes a Badajoz...
A responsabilidade é nossa; e Sicrano do X ou Beltrano do partido Y não terão grande margem de manobra para as famosas "reformas estruturais" que nos são prometidas desde há não sei quantas legislaturas.
Miguel Esteves Cardoso escreveu, num momento de inspiração, que "em Portugal, nada se consegue, mas tudo se arranja." Já agora, sacudamos esta preguiçazinha que nos ensombra e "arranjemos maneiras de todos sermos mais civilizados, mais honestos e, já agora, um pouco altruístas.
Olhem que este "arranjinho" não nos ficaria nada mal.

"[...] Apesar de tudo o que se passa à nossa volta, sou optimista até ao fim. Não digo como Kant que o Bem sairá vitorioso no outro mundo. O Bem é uma vitória que se alcança todos os dias. Até pode ser que o Mal seja mais fraco do que imaginamos. À nossa frente está uma prova indelével: se a vitória não estivesse sempre do lado do Bem, como é que hordas de massas humanas teriam enfrentado monstros e insectos, desastres naturais, medo e egoísmo, para crescerem e se multiplicarem? Não teriam sido capazes de formar nações, de se excederem em criatividade e invenção, de conquistar o espaço e de declarar os direitos humanos. A verdade é que o Mal é muito mais barulhento e tumultuoso, e que o homem se lembra mais da dor do que do prazer."

Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico. Leia, assine e divulgue! Sopro Divino

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